O fazedor de promessas
Maio 15, 2009
Na passada quarta-feira, o Primeiro-ministro português garantiu na Assembleia da República, que Estado iria comprar a maioria do capital da Cosec, a principal companhia de seguros de crédito à exportação a operar em Portugal.
Note-se, trata-se de uma compra e não propriamente de uma nacionalização, haveria uma negociação a decorrer com os actuais accionistas (BPI e Euler Hermes) que estaria, parece-me evidente, sujeita a algum sigilo.
O que fez José Sócrates? Veio garantir que os privados estavam disponíveis para vender, quando não o podia nem devia fazer e até deu um prazo: No verão a coisa estava resolvida.
Fê-lo porquê? Porque tinha essas garantias? Não, a Euler Hermes, que detem 50% da Cosec, já veio hoje mesmo dizer que não está disposta a vender.
Mas então o que motivou esta precipitação do Primeiro-ministro? Como sempre a necessidade de prometer coisas que não pode nem vai cumprir, nomeadamente garantir aos empresários do sector têxtil, vestuário e calçado que estão entre os mais prejudicados com a actuação das seguradoras de crédito, com várias empresas a deixar de realizar vendas para o exterior por não conseguirem este tipo de seguro, que permite vender a crédito com segurança, cobrindo riscos de falência do cliente, atrasos de pagamento e até riscos de natureza política.
Lembro-me bem ao nome que se dava a este tipo de borradas em tempos idos, mas creio que “trapalhadas” não é bem o termo mais apropriado.
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