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Papa Myzena

Porquê ir votar

Maio 18, 2009

Porquê ir votar a 7 de Junho? Porquê votar num domingo solarengo e não estar refastelado na praia, a gozar uma merecida semana de férias?

Sei bem que parece não existir nenhuma boa razão para nos deslocarmos a uma mesa de voto, mas ela existe e tem um nome.

Estes 4 anos provaram, para alem daquilo que alguma vez imaginei possível, que hoje a necessidade de uma liderança política que garanta a definição de objectivos para Portugal e para os portugueses é crucial.

Durante 4 anos assistimos, no início, revoltados, depois zangados e hoje em dia praticamente sedados, à contínua deterioração da democracia portuguesa.

Portugal necessita de uma liderança que acorde o cidadão para as suas responsabilidades, o sacuda do torpor e da dormência que o aflige. Uma liderança que demonstre que só agindo hoje se pode criar um melhor futuro.

Eu acredito que essa liderança se encontra no PSD, pois se o objectivo é criar uma nova vontade nos portugueses e uma nova ideia para Portugal, temos de ir ao fundo dos corações dos portugueses. Nenhum outro partido o conseguirá fazer.

O PSD é de facto um partido heterogéneo, composto por gente de todas as classes sociais, ricos, pobres, abastados e remediados. É também um partido que junta diferentes grupos e visões politicas, conservadores, liberais, moderados e radicais… Ora isto está longe de ser um defeito, é mesmo um factor que une e não que divide os portugueses. Nenhum outro partido é um espelho tão exacto da sociedade portuguesa.

Sei bem que há quem entenda esta característica como um defeito, mas não é verdade. Seria preciso olhar para a realidade apenas a preto e branco, estar espartilhado em concepções teóricas e incapaz de olhar a realidade como ela é sem ser através de um catálogo em que todos nós só podemos existir se subordinados a um modelo pré-definido.

Esta visão da realidade existe e tem sido ferozmente aplicada por este governo e por este PS. As consequências, a principio difíceis de perceber, são hoje mais claras que nunca e em todos os campos da actividade económica ou política e claramente vertidas numa ideia: Ou estás connosco ou não poderás deixar de ser uma de três coisas: invejoso, mau ou pelo menos burro.

Esta é uma das escolhas que nos deve levar às urnas no dia 7 de Junho, a escolha entre a pluralidade, a capacidade de ouvir o povo e de o representar ou a visão autoritária, egocêntrica e desesperada que nos governa.

 

3 comentários

  • Caro Stran,

    1- Uma boa justificação para as legislativas mas de zero importancia nas europeias.

    Discordo, acredito que se aplica a qualquer das eleições.

    2- Mas para isso, essa liderança não poderá misturar assuntos ou "esconder" informações que são importantes para a tomada de decisão. Esta liderança do PSD faz ambas nestas eleições. Um mau agouro...

    Qual mistura? Quais informações?

    3- Poderia não ser um defeito se tivessem uma matriz ideológica idêntica. O problema (e que torna esta característica em defeito no PSD) é que essa matriz não existe no PSD. Assim o que os une não é os valores mas sim o poder e isso é algo nefasto para a democracia.

    É verdade. O PSD não funciona na mesma lógica que outros partidos em termos ideológicos, mas creio que longe de ser um problema é uma fonte de riqueza.
    Todos os partidos estão unidos, pelo menos aqueles que exercem o poder ou têm ambições a tal, numa lógica de procura de poder. Se isso é nefasto? Bem o Stran lá me explicará porquê.

    3- Pior é que acaba por evitar que o cidadão tenha mais escolhas do que as actuais. Ao fazer isso dá um enorme contributo negativo para a democracia portuguesa.

    Não percebo. Quem é que acaba por evitar que o cidadão tenha mais escolhas? O PSD ou está a falar do nosso sistema partidário e a legislação que o regulamenta?
  • Sem imagem de perfil

    Stran 19.05.2009

    Bem antes demais obrigado pela resposta. Vou tentar então clarificar:

    "Qual mistura? Quais informações?"

    Mistura de assuntos: Ao defender o Erasmus para 1º emprego está meu ver a misturar o que é um poder da comissão europeia e de conselho de ministros com o que é da competência do parlamento europeu (este não tem o poder de iniciativa). Embora eu julgue uma boa ideia ela deveria ser discutida nas legislativas e não nas europeias. Como é que o Paulo Rangel e o PSD vão implementar essa ideia no Parlamento Europeu?

    Informações: ao não esclarecer que o PSD e o CDS fazem parte do mesmo partido europeu dá a ideia errada, a meu ver, de que são duas opções diferentes quando na realidade se votarmos no PSD ou no CDS estamos a votar no mesmo partido europeu: o PPE que tem um programa próprio. Não quer dizer que não poderão existir algumas diferenças, no entanto julgo que este esclarecimento deveria ser feito para as pessoas entenderem melhor o mecanismo e o funcionamento do PE (já agora este pensamento é identico para o BE e CDU).

    "Todos os partidos estão unidos, pelo menos aqueles que exercem o poder ou têm ambições a tal, numa lógica de procura de poder. Se isso é nefasto? Bem o Stran lá me explicará porquê."

    Julgo que não, o PS não está unido nesse sentido. Não quero dizer que tal também não aconteça, apenas afirmo que não é a "cola" desse partido (no caso do PCP claramente não é e no caso do BE ainda não sei pois ainda está em cescimento).

    Para mim é nefasto para mim por duas razões: a primeira porque significa que o partido acaba por produzir elementos que melhor funcionam nessa optica, isto é de ambição ao poder e não de compromisso com uma ideologia ou matriz de valores (e não me refiro a um compromisso dogmático) depois porque torna muito obscuro em quem é que tu votas quando estás perante um lista enorme de pessoas, ou seja votar no PSD é um voto no escuro...

    "Quem é que acaba por evitar que o cidadão tenha mais escolhas? O PSD..."

    Neste caso estava a falar do PSD. Imaginemos que separamos o PSD em dois grandes grupos: os conservadores e os liberais. Ambos ideológicamente poderiam constituir um partido separado e dar a opção aos portugueses entre uns e outros, como essas pessoas estão integrados no mesmo partido. A decisão de quem concorre ao poder deixa de ser dos portugueses mas sim dos militantes do PSD. Julgo que era um beneficio para a democracia portuguesa se o PSD deixasse de existir e fossem criados partidos da várias correntes ideológicas. Assim os portugueses poderiam escolher (sendo que seria natural existirem coligações posteriores). Desta forma eram os portugueses que determinavam o peso de cada corrente politica e não um numero diminuto de militantes.
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