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Papa Myzena

O poder do agora

Junho 09, 2009

Tenho a sensação de ser o último a fechar a porta, sem saber sequer onde fica o interruptor da luz. Mas, antes de sair, gostava de dar um beijo de parabéns à Laurinda. Fez uma excelente campanha. Foi ela mesma, olhando e falando com cada pessoa, dedicando-lhes toda a atenção. E isso contou.

Gostava também de dizer, a quem se absteve neste acto eleitoral, que deveria ter votado em branco, ou nulo. Quanto mais não seja porque a tão vilipendiada democracia custou a ganhar. E quem votou em branco, ou nulo, deveria ter votado num partido qualquer à sua escolha. Porque não vivemos tempos de protesto, mas de afirmação. 

Gostava ainda de desejar boa sorte a Vital Moreira. Não duvido que se tenha envolvido nesta aventura, que não era manifestamente a sua, prejudicando a vida pessoal e os seus ganhos profissionais. Fez o que pôde e chegou até onde lhe foi permitido.

Gostava finalmente que os críticos e ácidos comentadores, que olharam para este blogue como um objecto programático, percebessem, realmente percebessem, que para além das motivações pessoais de cada um a base deste episódico encontro foi genuína: Há uma geração cansada de não ter uma palavra a dizer, enquanto o País lhe passa ao lado dirigido por quem tudo teve nas mãos e tudo desperdiçou. Da esquerda à direita.

Há uma geração saturada de visões de curto prazo e desperdício de recursos, materiais e humanos, que não se reconhece na abstenção como não se reconhece na mentira permanente em que tem vivido.

Nem sempre a realidade como ela é hoje satisfaz. Mas não é a realidade que se engana. Somos todos nós. O presente tem que deixar de surgir-nos como uma pálida ideia do que fomos e uma parte ínfima apenas do que poderíamos ser.

É no agora que vivemos e baixar os braços é errado. Tal como erguê-los, simplesmente para gritar contra "aqueles que mandam e são todos iguais", é um inútil desperdício de energia.

Na minha estrita opinião, este blogue não serviu para mais do que aquilo que quem o leu dele colheu. Se foi pouco ou muito, ignoro. Mas basta-me que tenha levado alguém a votar, fosse em quem fosse, para ter cumprido o  seu papel: Suscitar a acção mais elementar em democracia; A de confiar em quem se elege. Entregar, no presente, o nosso futuro a alguém que o respeite. Que, no caso concreto, tenha sido a alguém como Paulo Rangel, ou Carlos Coelho, é algo que só nos ficou bem. 

 

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