Ele sim, europeu
Maio 19, 2009
Não estive fisicamente presente na Blogtúlia de ontem mas segui-a em directo e comentei-a atentamente no Twitter, até ao momento em que foi interrompida para declarações ao RCP. Para a próxima, num evento destes orientado e promovido para a Web 2.0, seriamente recomendo que se diga aos senhores jornalistas para aguardarem pelo menos o final do período de perguntas e respostas. Eles fazem obviamente o melhor que podem o seu trabalho, mas a interrupção não foi com certeza positiva para o resultado geral nem para o ritmo do debate e as audiências online.
Dito isto, esta notícia do Público - e enquanto não surgem neste mesmo blogue versões mais completas do discurso introdutório de Paulo Rangel - resume bem a principal e clarificadora mensagem política ontem por ele transmitida: O candidado do PSD às eleições europeias assumiu-se como federalista, à direita do PSD e no centro do PPE em termos ideológicos. Eu, que me assumo igualmente federalista mas de centro-esquerda, admiro-lhe a clareza e a frontalidade na posição, numa altura em que o desdém pela Europa parece ser o caminho seguido pela maioria daqueles que apesar disso se candidatam ao Parlamento Europeu.
Ficou ontem bem claro para todos, apoiantes e críticos, que Rangel tem posições firmes sobre os principais pontos da agenda europeia, incluindo um Plano B para a eventual rejeição da adesão da Turquia, uma visão própria para a assimilação dos países balcânicos, um projecto de «germanização» do funcionamento da UE na separação do papel das diferentes «câmaras» e por aí fora.
O seu a seu dono. E, ontem, Rangel foi dono de um discurso próprio, claro e, quanto a mim, motivador. Se trouxer consigo a polémica e o debate, tanto melhor.
Na mesma linha, ler também o Duarte Calvão: «Voltei, ainda mais federalista, do Café Nicola». No Risco Contínuo.